O sábado de 10 de julho foi diferente do habitual para os alunos da Escola Expressão, localizada em Florianópolis (SC). Não bastasse passar a manhã do dia de descanso na escola, eles ainda realizaram a 1ª fase da OBMEP, de forma presencial e em uma dinâmica que incentivou todos a darem o seu melhor. A campanha de preparo e estudo para a 16ª edição da competição envolveu toda a comunidade escolar, até mesmo ex-alunos! O resultado só virá em 9 de setembro, mas a participação na primeira etapa da olimpíada deixou vários dos estudantes, que compareceram em peso para fazer a prova, satisfeitos com seu desempenho pessoal.
“Quando você vai bem em uma atividade que não é programada pelo seu professor, quando você consegue entender ou realizar algo que foi produzido por alguém que você não conhece, o imaginário funciona a todo vapor. Eles pensam ‘nossa, essa prova foi elaborada pelos professores do IMPA!’. O legal é que eles não estavam preocupados em obter 100% na prova, não tinham essa expectativa, então se surpreendem por terem conseguido fazer uma boa prova”, comenta Fernanda Alves, coordenadora do Ensino Fundamental.
A coordenadora deu o pontapé inicial para que a instituição realizasse a 16ª OBMEP, assim que assumiu o cargo de gestora escolar. Ao notar cartazes da última olimpíada em que a escola havia participado, no ano de 2019, percebeu que seria possível engajar professores e alunos na competição novamente. Foi então que Fernanda, que também é professora de matemática, se uniu ao outro docente da disciplina Willian dos Santos para começar a campanha de divulgação. Eles usaram até ‘avatares’ de si mesmos nos cartazes virtuais e foram, aos poucos, informando os jovens sobre a olimpíada. Fernanda afirma que o interesse dos alunos depois da campanha foi perceptível.
“Quando nós avisamos que a prova seria no sábado, ela tinha sido pensada para ser das 10h da manhã até às 12h. Quando a auxiliar colocou os cartazes com a data, um grupo de alunos do 8º ano veio desesperado pedindo para mudar o horário, porque eles tinham um jogo de futebol marcado. Então a gente mudou o horário para eles poderem participar e eles vieram fazer a prova! Foi bem interessante, porque eles queriam vir na prova, mas não queriam perder o futebol!”, brinca a coordenadora.
O interesse dos alunos foi tamanho que o professor Willian dos Santos destinou os 15 minutos finais de suas aulas para o treinamento para a OBMEP. Ele escolhia um problema das provas antigas e apresentava aos alunos, incentivando que terminassem a resolução. “Eles tinham muita ansiedade e não se achavam capazes de resolver as questões nas olimpíadas de matemática. Então a gente começou a mostrar, aos poucos, que eles conseguem resolver os problemas! Como o nosso material de aula já trazia questões da OBMEP, muito antes de pensarem na prova, essas questões já geraram curiosidade neles, que sempre perguntavam o significado da OBMEP e como ela era feita”, afirma o professor.
No dia da prova, tudo foi planejado para que os alunos sentissem que aquele momento era especial. Eles realizaram a 1ª fase em salas diferentes das suas e, surpreendentemente, sem a presença dos professores na prova. Quem fiscalizou a realização da prova foram os ex-alunos do colégio, que se disponibilizaram não só a estarem presentes, como também a conversarem com os alunos sobre suas carreiras e a importância da dedicação aos estudos.
“Foi uma manhã bem gostosa, porque não teve aquele peso de prova. Ninguém saiu mal-humorado! Sabemos que só quatro deles vão para a 2ª fase. Mas não importa quantos vão até a última etapa, e sim o aprendizado e como foi divertido participar desse momento. Depois, o professor corrigiu as provas com eles, então eles sentiram que aquela atividade tinha um motivo para ser feita”, relatou a coordenadora.