Gustavo Barreto é o 1º medalhista de ouro de Laje (BA)

 

Estudante faz parte do Programa Mentores da OBMEP


Morador da zona rural de Laje (BA), município com 21 mil habitantes, o estudante do 2º ano do Ensino Médio, Gustavo Andrade Barreto, conquistou a primeira medalha de ouro da cidade durante a 16ª edição da OBMEP. A douradinha garantiu ao jovem a primeira viagem de avião para participar da cerimônia nacional de premiação da olimpíada, que ocorreu em junho deste ano, em Florianópolis (SC). “Nem esperava que a viagem fosse tão incrível. Queria ter ficado mais no hotel”, disse nostálgico. 

Aluno do Colégio Estadual Ruy José de Almeida, Gustavo acumula quatro premiações na OBMEP: uma menção honrosa (2018); duas medalhas de prata (2019 e 2022) e uma de ouro (2021). Ele conta que a primeira medalha conquistada ocorreu após a chegada da internet na região. 

“Antes de ter internet em casa, precisava ir na casa de parentes. Não tinha tanto acesso. Quando ganhei a menção honrosa, havia acertado 18 questões na 1ª fase.  No ano seguinte, voltei a acertar 18 questões na prova. Com isso, minha coordenadora fez um teste, me ofereceu uma prova de nível 2. Acertei 13 questões. Ela viu algo em mim e começou a me enviar as provas anteriores da OBMEP impressas e a explorar minhas habilidades.”

Bom aluno em todas as matérias, Gustavo conta que até realizar a primeira prova da OBMEP, a matemática não figurava entre suas disciplinas preferidas. Foram os conteúdos de lógica e as possibilidades de desenvolvimento das questões que aproximaram o estudante da ciência.  

“Após o nível de dificuldade aumentar, me destaquei e percebi meu potencial. Com a olimpíada, tive abertura para aprender coisas mais complexas e vi que tinha como me desenvolver ainda mais. Na escola, você escreve umas contas e dá o resultado das questões. Na OBMEP é preciso justificar. Gostei desse desenvolvimento. Era complicado expressar matematicamente o que pensava, mas fui aprimorando.”
 




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As conquistas na competição científica renderam ao estudante três participações no PIC (Programa de Iniciação Científica Jr.) e no Programa Mentores da OBMEP - que oferece aos alunos do PIC a oportunidade de estudar assuntos avançados em diversas áreas. Gustavo optou pelo curso de Astrofísica.

“Enquanto a escola está revendo área do quadrado, ensinando figuras planas, eu já estou em um conteúdo mais avançado. Lembro que calculei a massa de um buraco negro que tivesse o raio da Terra. Abri minha cabeça para álgebra”, afirmou animado. 

A mãe de Gustavo, Elizane de Lima Andrade Barreto, destacou a importância da competição científica na vida do filho. 

“Ele não tinha conhecimento da OBMEP nem tão pouco suas consequências até o dia em que conquistou uma medalha de prata. Ficamos alegres e motivamos para que ele fosse em busca da medalha de ouro. Para nossa felicidade ele conseguiu o ouro e também outra prata. Com isso, portas se abriram para seus estudos. Queria dizer para os pais que incentivem seus filhos a focar nos estudos. Só quem vive esses momentos sabe a importância da educação”, afirmou Elizane. 

Hoje, além de se preparar para a segunda fase da 18ª OBMEP, Gustavo já dá aulas particulares de matemática na cidade. Apesar de “lecionar”, o jovem não definiu ainda que profissão gostaria de seguir no futuro. “Talvez engenharia, astrofísica ou física”.